terça-feira, 1 de maio de 2012

Nem ocupação, nem função... Educação corporativa é paixão !




Prefácio

Prezado leitor, esse blog é dedicado a todos os que amam as ocupações e atribuições voltadas para a educação corporativa, de forma autônoma ou com vínculo profissional, bem como aqueles que o fazem de forma voluntária. Ensinar ou facilitar o aprendizado é um dom divino, onde a evolução e o aprendizado ao longo dos anos requer paixão e entrega pessoal.

O nome RETROPROJETOR:
“Retro” remete ao passado, assim como a palavra projetor nos transporta para o futuro.
Ao mesmo tempo, retroprojetor, mimeografo, transparências e outros componentes, nos fazem pensar no que um dia foi à educação corporativa e para onde ela caminha com as variantes e inovações tecnológicas de hoje.
Nossa intenção é discutir o tema estabelecendo comparativos e fazendo projeções para a contínua especialização e capacitação de nossa classe.


Temos muito para dizer e ouvir !
- O que representava ser um "instrutor de treinamento" em épocas passadas e o que representa ser um facilitador, multiplicador ou mesmo palestrante nos dias de hoje?
- Quais as diferenças existentes entre os participantes dos cursos, seminários ou palestras dos anos 80 e 90 e os participantes da atualidade ?
- As pessoas mudaram sua forma de pensar e de aprender ?
- A educação à distância oferece facilidades e benefícios incontáveis. Porém, para determinados assuntos ou conteúdos, ela se mantém eficiente da mesma forma ?

O intercâmbio:
Queremos abrir espaço para a participação de leitores e convidados, visando a troca de experiências, registros fotográficos, materiais pertinentes, games corporativos, atividades lúdicas de aprendizado e fixação de conteúdos, ou ainda livros sobre o tema, relatos de acontecimentos interessantes ou projeções sobre o futuro dessa ocupação apaixonante de educador corporativo.
O que nos aguarda ?
- Vamos desaparecer no futuro ? O que se ganharia com isso ?
- E o mais preocupante: O que se perderia com isso ?


Quem sabe um dia, com essa onde crescente de boatos sobre as alterações do eixo do planeta, em dezembro de 2012, que ocasionaria uma pane em todo o nosso sistema tecnológico, ficarão, Walter e Rogério, em uma esquina qualquer, com um banner pendurado com os dizeres: Compro treinamento velho. ( pois o conhecimento e as habilidades adquiridas pelo exercício contínuo de uma paixão, com incomparável dedicação, não se perderão jamais ! )

*  (reprodução) obra original na galeria de Apolo Torres


Nada é por acaso... por mais que pareça !
por Rogério Sanches Revelles.


Primeiramente, obrigado DEUS, minha família, principalmente minha esposa e filha, e a todos aqueles que contribuíram na minha formação profissional em educação corporativa.
A todos os participantes de Cursos, palestras ou seminários que estiveram comigo
ao longo dos últimos quinze anos.

Formei-me em 1988, com licenciatura em História e Geografia pela UNINOVE de São Paulo. Naquela época, eu não tinha aspirações de exercer a profissão de educador por várias razões. Entre elas, a mais significativa... o pavor que me assolava sempre que precisava falar em público.

Era um temor do ridículo, uma sensação de insegurança que se iniciava tão logo eu tomava conhecimento que passaria por essa situação. Assim, os anos se passaram. Continuei minha carreira bancária que se iniciou no banco Itaú, depois no Bradesco e posteriormente no saudoso banco Bamerindus.
Em 1997, o Bamerindus começou a balançar ! 
Os boatos sobre a saúde financeira da instituição eram cada vez mais fortes. Até que em março de 1997 veio a notícia:
O HSBC (banco de capital britânico com forte atuação na Ásia e no Oriente) havia adquirido os ativos do banco verde e branco da família paranaense “Andrade Viera”.

No princípio, as alterações drásticas que esperávamos não aconteceram de forma tão imediata. Conheci alguns meses depois, no departamento de produtos massificados, (comercialização de capitalização, previdência privada, seguros PF e PJ entre outros) onde atuava na função de promotor de negócios junto às agências de varejo, um inglês de nome Marck Reynolds que assumiu a função diretiva da área. 
Tratava-se de uma pessoa simpática e com bastante disposição para ouvir e trocar informações sobre o mercado bancário nacional.
Na seqüência dos acontecimentos, iniciamos um contato profissional mais aproximado.

Na época, eu atendia as agências da Zona Sul, entre elas a unidade do Morumbi. Através do gerente titular dessa agência, o Sr. Celso Hecke, que me incentivou a conhecer e utilizar seu computador pessoal para fazer o jornal semanal da agência, comecei a me familiarizar com o programa do Windows, destinado para a montagem de apresentações, o PowerPoint.

Como meu trabalho era estimular os gerentes a comercializarem os produtos que citei acima, e a rotina desses gerentes era acelerada, o que não me permitia fazer as reuniões de esclarecimentos, estudos e incentivo comercial, que tanto me incomodavam na hora de falar em público, decidiu criar, em formato dos antigos disquetes (1.44 MB), apresentações animadas com todo o conteúdo didático dos produtos, suas abordagens de venda e prováveis respostas contra as objeções dos clientes.
Era um trabalho diferente do que habitualmente era usado pelos colegas da equipe. Os gerentes gostavam de acessar o conteúdo pela sua linguagem clara, objetiva e acompanhada por vários desenhos divertidos do chip-art do próprio PowerPoint.

Um dia, para minha surpresa, Mr. Marck Reynolds me abordou em um dos corredores da nossa central da Vila Leopoldina, em São Paulo e me disse, com um português arranhado:
- Gostei do trabalho que você vem desenvolvendo nas agências. Aquela sua idéia dos disquetes é muito boa!
Para mim foi uma surpresa tomar conhecimento que ele visitava as unidades e se interava do que fazíamos e da forma que fazíamos.
No final de 1997, as alterações que esperávamos ocorrer, tão logo o HSBC chegaram ao Brasil, começaram a acontecer.
Nosso departamento passou a chamar-se de Promoção de vendas.
Também tomamos conhecimento que seríamos responsáveis pela preparação corporativa e em alguns casos, comportamental, das equipes de varejo das agências do então HSBC Bamerindus.
Teríamos uma equipe de consultores, que continuariam a visitar as agências e um grupo específico para qualificação e formação profissional dos mesmos.
Foram feitas diversas entrevistas com toda a equipe do departamento.
Essas entrevistas tinham como objetivo o remanejamento de pessoas para as funções descritas acima.
Tão logo o processo foi concluído, Mr. Marck Reynolds começou a divulgar individualmente os resultados para todos os integrantes da equipe.

Quando finalmente fui convocado para receber a opinião de minha entrevista veio à notícia fulminante:
- Rogério, você tem perfil para trabalhar na área de treinamento. Gostei muito daquele trabalho que você desenvolveu nas agências. Lembra?
Vamos preparar vocês ! Não se preocupe...
O grupo de treinamento vai para Curitiba receber um conteúdo chamado de "Professional Selling Skils" que é um curso de vendas que posteriormente vocês aplicarão para os gerentes de toda a rede de agências.


Na hora, minha vontade foi dizer a ele:
- Marck, eu fiz aquele trabalho com os disquetes, justamente para não precisar falar em público!
Preferi o silêncio !
Não poderia e não deveria, por razões de auto-preservação, negar uma função de confiança, em um momento de mudança organizacional tão grande.
Assim, iniciei minha vida de educador corporativo.
Cheio de dúvidas, mas com uma certeza:
Eu nunca mais seria o mesmo !
Em treinamento e desenvolvimento passei os melhores anos de minha vida profissional.
Conheci pessoas fantásticas, entre elas, o amigo e irmão, Walter Brum Monteiro, que desenvolve em conjunto comigo, o trabalho nesse blog.


Um microfone e um almoxarifado !

por Walter Brum Monteiro.
Olá!  Sou Walter Brum Monteiro.
Embora tenha formação em administração de empresas (para atuar como bancário), comunicação social com habilitação em jornalismo (incompleto até 6º semestre) e recentemente pedagogia (na atual atividade como educador corporativo cursando uma pós sobre gestão da educação corporativa e ensino á distância, quando criança, ficar onde havia eventos era um prazer ! Não tanto pelo fato da festa, da alegria, da participação, e sim pelo que acontecia nos bastidores: ensaios, fios, luzes, instalações, palco, microfones, fotos, transmissão, filmagens etc. E não há ninguém, entre meus parentes e familiares que trabalham ou trabalharam neste ramo de atividade. Lembro-me de um episódio marcante quando tinha cinco anos de idade e fui ao centro da cidade.
Morávamos em Porto Alegre, acompanhava minha mãe e um dia percebi uma reportagem de uma emissora de televisão. Minha mãe me tirou de perto dos equipamentos (grandes naquela época) acompanhados dos meus choros e com puxões de orelhas.
Sai quase arrastado pela rua e aos soluços. 
Mais tarde já na escola e morando no interior, descobri que havia uma emissora de rádio na cidade.  Não deu outra, gazeava as aulas para ficar olhando os técnicos de som os sonoplastas e observar os locutores dentro daquele aquário, fazendo e apresentando os programas.  Minha mãe descobriu e novamente entrou em ação: foi aquela surra, pois estava quase comprometendo minhas notas na escola.
 "Não desistir fácil" estava no meu pensamento.
Mais tarde, percebi que na cidade havia um carro de som com um alto falante amarrado em cima, naquela época era uma "corneta de som" que anunciava os comícios, pois era tempo campanha política.
Não deu outra, fui para perto dos carros de som (Corcel II) e seguindo seu trajeto descobri onde era o fim da linha, a sede do partido da ARENA. Em pouco tempo, estava dentro do carro de som, com quinze anos de idade, anunciando a nominada de candidatos para as eleições e conclamando o povo daquela cidade, então trinta mil habitantes, para votar neste ou naquele. Mais tarde, já estava nos palanques montados em cima de caminhões para apresentar os comícios e anunciar os deputados que visitavam aquela cidade para dar apoio aos candidatos locais e pedir o voto. Apresentei também bailes de debutantes etc.
O tempo passou. Minha mãe adoeceu e veio a falecer.
Sou filho único, e meu pai morreu quando eu tinha cinco anos.
Sua profissão: bancário do Banco da Província que mais tarde se chamou Sul Brasileiro, depois Meridional, e hoje é Santander.  Aos vinte anos, fui morar com minha avó em Porto Alegre. Um deputado havia me prometido um emprego em um banco estatal da capital, no leito de minha mãe.
Este emprego espero até hoje !
Então disse para alguns parentes que iria “subir o morro Santa Tereza” expressão usada para definir o local das emissoras de TV da capital gaúcha na ocasião. Minha família, tios e parentes, foram contra.  Pois como filho de bancário deveria seguir a carreira do pai e não ficaria bem trabalhar com esta “gente” de rádio e televisão. Então fui fazer uma carreira bancária. Já na atividade, quando a porta da agência abria para o público entrar, eu estava na gerência esperando para atender, era como ouvir alguém me dizer:
- atenção... em cinco segundos “no ar”
Dentro de mim, o atendimento para as pessoas acontecia como um programa de entrevistas. Era a forma que encontrava para me motivar a realizar aquela função e associar ao meu dom. Então, dentro do banco, iniciei a atividade de vendas. Primeiro internamente e depois captando, prospectando negócios externos.  Fui convidado para atuar no banco concorrente com seguros, vida e previdência para a uma região de dezoito agências e ou filiais no cargo de supervisor regional de produção. 
O que eu pensava sobre o trabalho de meus colegas supervisores é que não representavam muito bem o cargo. Eles visitavam as unidades do banco e “cobravam”, ferozmente seus gestores e responsabilizavam pela baixa produtividade. Eu sem saber muito que fazer, e ainda sem entender o que significava “treinamento”.
Quando visitava as agências, no contato com os gerentes, eles me diziam que o diagnóstico da baixa produtividade era a falta de conhecimento sobre os produtos.  Foi então que disse a um gerente:
- Empresta-me teu almoxarifado? Vou preparar uma central de estudos ! 
Peça aos funcionários para irem até lá que vou explicar as condições gerais dos produtos e tirar as dúvidas.

Lembro-me bem que os almoxarifados das agências eram escuros, úmidos, cheios de caixas. Mais adiante, devido aos bons resultados, fui convidado para trabalhar em mais um dos concorrentes financeiros, realizando este mesmo trabalho de gerenciar vendas com produtos seguros diversos (PF e PJ) capitalização, sempre para o canal de distribuição banco varejo agências ligado aos gerentes de contas.
O banco em que atuava foi vendido para um dos maiores conglomerados financeiros do mundo. E neste caso fui junto com os móveis utensílios e com a plaqueta do imobilizado. 
Foi a melhor experiência profissional, trabalhar em um banco internacional e de grande porte.
Então passei atuar em um departamento de promoção vendas e com a função regional de supervisão de produção com a missão de dar apoio as equipes de vendas para compor resultados á gerencia de vendas.
Na ocasião, percebi que a agência tinha um fraco desempenho em vendas de seguro de vida. Os funcionários não se sentiam a vontade para falar sobre o assunto "morte" junto aos clientes. Realizavam outros negócios e deixavam os objetivos de seguros de vida literalmente de lado.
O que fazer?  Então, já com o "treinador" encarnado dentro de mim, pensei:
- vamos tornar motivador e interessante às conversas de almoxarifado para tirar as dúvidas sobre o seguro de vida.
Então, explicava a morte natural (com uma mascara de carnaval em forma de crânio ) e morte acidental  ( com uma máscara em forma de um rosto todo danificado) e a invalidez parcial  ( com um dedo postiço e um pequeno braço adquirido nas lojas de mágicas ).

* foto do acervo pessoal de Walter Brum Monteiro.
Registro do momento da utilização desses recursos. 
Foi um sucesso de vendas !
A notícia dessa ação chegou até a diretoria nacional e foi criado o "kit treinamento" um tanto mais profissional do que este relatado para todo o Brasil. (sem as mascaras é claro!).
Com a criação de um centro de treinamento, houve a necessidade de criar uma equipe nacional de treinadores para atuar em todo o Brasil. Foi quando recebi o convite em 1998 para atuar como treinador e viajar pelo Brasil divulgando os produtos e serviços desta grande instituição financeira mundial. De lá para cá não parei mais e minha especialização está nesta área de educação corporativa. Ainda estou atuando como um dos especialistas de treinamento e desenvolvimento junto ao RH. Com experiência, especializações e certificações que aproveito a oportunidade para registrar:
·        Experiência em Educação T & D - Certificação para atuar como Treinador / Facilitador dos seguintes projetos, treinamentos ou módulos.
·        Certificado pela Learning International no curso de Vendas Consultivas PSS – Professional Selling Skills – Habilidades Profissional de Vendas .

·        Treinador para a Ferramenta de CRM “ Mais pelo Cliente “ sendo certificado pela  empresa  de  Dallas Texas USA  Customer  Analitics.

·        Treinamentos  de Desenvolvimento Gerencial  e Liderança nos  módulos  DMS e FMS Foundation Management Skills  e Developing Managerial  Skills  sendo certificado pela Bricket Wood  Londres .
·        Coaching e Liderança Situacional  representam a mais recente contribuição da The Ken Blanchard Companies para a evolução do modelo de liderança originalmente desenvolvido em 1969 pelos Drs. Ken Blanchard e Paul Hersey .
·        Certificado para ministrar tarefa, processos e pessoas de John Adair. Nascido em 1934, John Adair foi o primeiro britânico a dedicar-se ao ensino da liderança na Universidade de Surrey e no Oxford Centre for Management. Licenciado por Cambridge, a sua contribuição para a gestão pode ser resumida em três círculos sobrepostos: tarefas, equipes e indivíduos, nos quais os líderes devem atuar.
·        Aplicação da Janela de Johari uma ferramenta criada por Joseph Luft e Harrington Inghan para o realcionamento interpessoal de grupos. 
·        Aplicação dos Tipos psicológicos: teoria dos tipos de Carl Jung que recebeu na década de 40 contribuições de Isabel Myers e Katharine Briggs ao criarem a primeira versão do inventário MBTI  Myers Brigss Type Indicator, que identifica 16 tipos psicológicos.
·        Certificado pela Franklin Covey para ministrar no HSBC o curso Os Sete Hábitos para Gestores Altamente Eficazes, de Stephen Covey.
·        CPA 10 e CPA 20. (Mercado Financeiro) 
·        PDCA - ferramenta para melhoria na área de processos e qualidade.
·        Busco aprimoramento fora do HSBC, através de participação de cursos sobre treinamento e desenvolvimento como na SBDG dinâmicas de grupo e ABRH RS formação de multiplicadores.
Para finalizar, acredito que na vida não escolhemos uma família para nascer, nem os irmãos para conviver. Mas acredito sim, que Deus nos dá pessoas que o universo denomina de “amigos”. E  neste  final  de  relato,  quero ressaltar  a aptidão para  a atividade educadora  e  corporativa  que   Sr. Rogério Revelles possui . O nosso dom profissional fez unir nossos talentos voltados para a o diagnóstico, elaboração, construção, montagem de módulos e desenvolvimento, para atender as demandas das mais variadas empresas.
Rogério e Walter, no inicio de suas carreiras, foram autodidatas ! 
Hoje, mais maduros, experientes e qualificados,  estamos unidos para criar este blog.
Não só para apresentar  nossos  currículos e  experiências , mas  para  homenagear  aqueles  que  tem um passado  na  área  da  educação corporativa.
Muita coisa vai ser contada neste blog. Muita  didática,  muita  metodologia  guardada  em baús  do esquecimento   por  ser  "velha"  será  cada  vez  mais  nova e  atual   no mundo  corporativo.  Pois o educar nunca envelhece ! 
Convido você, que pacientemente leu estes textos, para que se junte a nós !
Você, que tem paixão pelo que faz, traga também a sua história ! 
Venha  reviver  os  grandes  momentos  de ser  um treinador, consultor  ou como preferir se autodenominar,  aqui  no Retroprojetor. 
Agradeço também a minha esposa Rosalita pelo sempre apoio e incentivo em minha atividade apoiando minhas viagens e a Deus pelas bênçãos recebidas.  Um forte abraço!

2 comentários:

  1. Walter e Rogério, gostei muito de ler essas histórias de 'paixão'..:) Saudades de voces e dos tempos bons de CETRE. Muito sucesso pros dois!! Abraço. Luciana

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    Respostas
    1. Obrigado Luciana.
      Esperamos poder contar com sua vivência e experiência.
      Planejamos a inclusão de matérias especiais com convidados.
      Sds
      Rogerio Revelles

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